Celina
Guimarães foi artista plástica, maestrina e professora. Formou-se na escola
‘Normal’, no interior de São Paulo, aos 15 anos. Na primeira atribuição de
classes escolheu “uma escolinha fora do mapa para lecionar”, justamente na
Praia dos Castelhanos, na escola que ficava no terreno de Waldemar Belisário,
onde se conheceram.
Ela ensinou a criançada dos Castelhanos a cantar clássicos de Mozart e de Franz Schubert. O inspetor de ensino, ao visitar a localidade tão isolada, teve grande surpresa ao ver os pequenos caiçaras, quase índios, entoando em harmonia essas obras universais. Então, transferiu Celina para a sede do município, na Vila, onde ela passou a lecionar francês e canto orfeônico, influenciando o gosto musical daquela geração.
Celina foi uma excelente pintora, tanto quanto Belisário. Veio de uma família de musicistas e tinha formação de canto lírico. Foi uma cantora completa, de tessitura mezzosoprano, que sabia cantar pianíssimo. Foi assistente do maestro Losano e do maestro Eduardo Guarnieri, na chefia de canto coral do Estado de São Paulo.
Anos mais tarde, ela e Belisário foram para a cidade de São Paulo, onde participaram da vida cultural da cidade. Na inauguração do Museu de Arte, em 1947, por iniciativa de Assis Chateaubriand e Pietro Maria Bardi, ela interpretou um repertório de música de vanguarda, atonal, criado pela compositora Eunice Katunda, especialmente para a ocasião. No subsolo do museu havia o ‘Clubinho dos Artistas’, pela qual ambos eram frequentadores assíduos. Ela também participou do clube de gravura de São Paulo.
De volta a Ilhabela, Celina lecionou por muito tempo na escola pública, sempre manteve um coral e, posteriormente, formou o madrigal ‘Vozes de Ilhabela’, do qual era regente, ensinando arte e canto coral as gerações ilhabelenses.
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