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25/08/23

A Exploração de Madeiras em Caraguatatuba

  Por Edson Souza / Especial: Caraguatatuba

Segundo informações publicadas no jornal “Diário de Santos” em 01/09/1915, a eclosão da Primeira Guerra Mundial teria impedido a produção de dormentes ferroviários na Europa e forçado o fechamento de portos para países exportadores de madeira.

Esse período marca a chegada do capital estrangeiro a Caraguatatuba, pois, constam nas atas da Câmara Municipal de 04.10.1915 e também em 12.04.1916 um alvará para a exploração de madeira na cidade; uma destas concessões foi para o engenheiro José Charvolin.

Nesse momento, o empresário encontrou uma excelente oportunidade de negócio, conforme publicado pelo “Jornal do Comércio” de 04.01.1918; ele aproveitou o acordo comercial entre o Brasil e Itália, ingressando-se no grupo e fundando a Estatal Italiana de Madeiras J. Charvolin na região.

A empresa adquiriu 4000 hectares de terra em Caraguatatuba com o objetivo de utilizar as madeiras de Araribá e Jequitibá para a produção de dormentes ferroviários. A vazão era exportada pelos rios Camburu e Juqueriquerê para os navios no canal da Ilha de São Sebastião.

Banco Francês
José Charvolin
Sociedade Francesa



Em 1917, porém, a empresa sofreu com a diminuição do número de funcionários e o aumento dos impostos. A estatal de Charvolin foi comprada por uma empresa francesa associada ao “Banque Française pour Le Brésil”, conforme publicado no “Jornal do Comércio” em 04 de janeiro de 1918.

Os novos investidores continuaram suas operações sob o nome de “Société Française pour L'Exploitation et Le Commerce de Bois Exotiques”, que logo ficou conhecida como “A Fazenda dos Franceses”.

Não demorou muito para que os novos gestores percebessem os problemas da área. A maior parte da madeira encontrada era a caxeta, cuja baixa resistência não interessava aos importadores. Logo o banco que financiava as atividades no litoral norte paulista faliu e colocou todos os seus imóveis à venda.

Assim, em 1927, o terreno foi comprado pelo grupo Lancashire General Investment Company, que o transformou na Fazenda dos Ingleses.


Por Edson Souza / Especial: Caraguatatuba



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